"Os espaços livres da cidade e a liberdade das crianças"_São Paulo (Brasil)
2017
Autores:
Guega Rocha Carvalho (*Trabalho de Graduação)
Co-autores: Juliana Flahr e Mateus Loschi
Colaboradores: Joana Andrade e Felipe Amaral
Orientadores: Ana Carolina Tonetti e Martin Corullon
Título: "Os espaços livres da cidade e a liberdade das crianças"
Data: 2017
Entidade:
Associação Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (AEC)
“Uma cidade que negligencia a presença da criança é um lugar pobre.
Seu movimento será incompleto e opressivo.
A criança não pode redescobrir a cidade a não ser que a cidade redescubra a criança.”
* ALDO VAN EYCK, 1962
Nas grandes metrópoles, como São Paulo, a grande maioria das crianças vive aprisionada nos muros de suas casas, escolas e centros de lazer. O seu caminhar e permanência em espaços livres da cidade é muito limitada. Isso é maléfico para a saúde física e social das crianças e para a cidade, pois uma cidade adequada para a criança é mais saudável, amigável, divertida e democrática, ou seja, é melhor para todos.
A temática da ausência da criança na cidade contemporânea, e a busca por soluções que permitissem sua mobilidade com mais autonomia e diversão no caminho entre praças e escolas, norteou um estudo com cerca de 130 crianças, de 7 a 12 anos, de diferentes classes sociais moradoras do distrito da Consolação, na cidade de São Paulo.
Entre outros aprendizados, os desenhos das crianças idealizando o caminho entre a escola e a praça revelaram que crianças que estudam em escola pública, tem uma visão e relação muito diferente com a cidade do que as crianças que estudam em escola privada.
As primeiras, que geralmente andam mais a pé, usam o transporte coletivo e frequentam mais as praças, desenham um caminho muito mais relacionado com a realidade da cidade, com toda sua beleza e conflitos.
Já aquelas que vivem muito mais “protegidas” e alheias à rotina da metrópole, ilustram um caminho associado à fantasia dos contos de fadas, desenhos animados e jogos de videogame. Por outro lado, fica claro que os espaços públicos são a única possibilidade de encontro dessas crianças, tanto do ponto de vista físico como da convergência de sonhos, pois é neles que todas as crianças do grupo se enxergam brincando com a tão almejada liberdade completa.
(*) Tradução livre da autora de “A city which overlooks the child’s presence is a poor place. Its movement will be incomplete and oppressive. The child cannot rediscover the city unless the city rediscovers the child”.